Cora Coralina



Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889—1985) era uma mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

Fonte: Metamorfose Digital



Mãe

Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um larpara teu filho.Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.
Que pretendes, mulher?Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?És superior àqueles
que procuras imitar.Tens o dom divinode ser mãe
Em ti está presente a humanidade.
Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazere às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura.


Cora Coralina

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